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sábado, 30 de abril de 2011

Carta de Renúncia


Entreguei-me em prantos, pela morte erguido
Nas batalhas de sangue em que tenho lutado.
E, com força, a vida tem me derrubado
Colocando-me ao longe, num canto esquecido.
Mas se tenho por vezes sido derrotado,
(Ou se prefere a vida, que me chama de vencido),
Não há porquê lutar com o corpo ensangüentado,
Não há porquê gritar, se jamais serei ouvido...
Por isso sofro a lágrima lançada pelo amor.
Por isso abro mão de tudo que não tive.
Esqueço-me no breu, pois em todos sempre existe:
Sendo a prova mais real que meu redor é interior!
E sigo rumo ao caos que a desordem me escolheu.
Assim, plantei meus frutos, assim colhi sementes:
Ao olhar fora de mim, vi pessoas tão somente
Que provaram a cada dia que meu próximo sou eu!
Mas a vida deveria começar pela emoção,
Na explosão de sentimentos que traduz a poesia.
(Que nos faz querer a dor ao invés da anestesia!)
Pois se nós não nos calarmos, as pedras nos calarão.
E escolhi morrer gritando, a calar meu coração!

Fábio Paradela

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