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sexta-feira, 27 de abril de 2012

Viva as cotas!

As ações contra as cotas no supremo tribunal federal são três. Uma ação contesta o Prouni, programa do Governo Federal que reserva bolsas de estudo para indígenas, pessoas com deficiência e alunos da rede pública. Portanto, cotas não apenas para negros, como se pensa e diz. As outras duas ações questionam cotas nas universidades de Brasília e do Rio Grande do Sul. Esse é um daqueles assuntos que dividem radicalmente as opiniões. Fico com as razões que brotam da história do Brasil e saltam aos olhos.

O Brasil viveu 386 vergonhosos anos de escravidão. Isso, são quatro quintos da nossa história. As chagas estão aí, até hoje. Só quem não mergulhou no Brasil além dos centros das capitais, quem nunca deixa as zonas de conforto e ilusão, pode afirmar que não existe a questão racial.

Afirma isso quem não sabe que mais de 250 jovens Kaiowá-Guarani, com idades entre 9 e 24 anos, se suicidaram nos últimos 15 anos. Nas proximidades de Dourados, Mato Grosso. Eu estive lá. Eu vi. Suicidaram-se pela opressão, pela falta de espaço, ausência de esperança. Como outras centenas de comunidades Brasil afora.
Exemplos gritantes, e aí já falando das cotas para negros. O STF, que hoje julga as cotas, tem 11 ministros. Só um é negro. Joaquim Barbosa. O Brasil tem 97 milhões que se declaram afro-descendentes. A câmara dos deputados, uma representação do país, tem 43 deputados negros ou descendentes. Apenas 8% do total dos 513 deputados.

O princípio da ação afirmativa já foi praticado, antes, em inúmeros casos no brasil. Em ações econômicas e sociais. Porque o barulho, o escândalo, quando surgem cotas para negros, índios e pobres? Porque isso nos tira da zona de conforto? Da ilusão, hipócrita, de coesão racial, social? Da ilusão de que o racismo não existe no Brasil, nem mesmo disfarçado?

Dados do IPEA: o salário médio dos brancos no Brasil é de R$ 1.850. O dos negros é de R$ 850. Os negros são 70% dos pobres e 70% dos indigentes do brasil. Não faltam números. Mas números são até desnecessários. Basta olhar em volta. Nas boas escolas privadas, nos ótimos shoppings, nos belos restaurantes, na mídia.
Trinta e cinco universidades e mais de 100 instituições do Brasil aderiram às cotas, sistema que já tem 10 anos. Segue o debate. Ótima ocasião para o Brasil discutir a si mesmo e sua história.

Alguns, como hoje no Supremo, num debate de peito aberto de parte a parte. Outros milhões debatem nas redes sociais. Milhares deles, quase sempre na condição de anônimos, deixam vazar todo o preconceito, o racismo que certos argumentos escondem. Acessem comentários em sites, blogs, e confiram.

O sistema de cotas tem claro, imperfeições. Mas as cotas já beneficiaram, por exemplo, 400 mil jovens negros no brasil. Que as cotas permaneçam. Até que a nossa história as torne desnecessárias.

Se não educar seu filho sabe quem vai sofrer?Ele mesmo...



Estou passada com a falta de limites das crianças!E vejam, causa até uma certa antipatia porém a culpa não pode recair sobre eles,são apenas vítimas de pais que estão sendo displicentes na educação dos pequenos.Eu mesma comecei a me policiar em tentar me substituir com coisas trazendo agradinhos quando por alguma causa estava ausente ou também super estimando em uma progressão normal, tratando o meu filho como gênio,super-dotado massageando o ego dele até ele se sentir a mais amada das crianças,tipo "eu sou o cara".Parei!Eu amo meus filhos!Depois de Deus são tudo pra mim.Justamente por isso fui levada a uma séria reflexão onde precisei rever parâmetros da educação que eu estava oferecendo.Quero que mais tarde eles sejam seguros,autônomos e aceitos socialmente mas sem querer na "melhor das intenções" eu estava fazendo justamente o contrário.Se nós como pais, não termos a consciência que amar e educar andam de mãos dadas quem sofrerão as consequencias  serão os nossos filhos,ao entrarem em algum ambiente onde eles já são conhecidos as pessoas torcerem o nariz.E não queremos isso de forma alguma!Simplesmente andamos no automático no corre-corre do dia a dia que faz com que nem notemos tais falhas.Dentro de uma sala de aula é que podemos ter noção do estrago onde não há respeito,noções básicas de como se portar, de limites... e como estão violentas as nossas crianças!E a escola minha gente não pode fazer absolutamente nada em relação a isso sem uma parceria efetiva com a família, onde o que a professora dispõe em sala os responsáveis precisam estar atentos e dispostos (dá muito trabalho!) a dar continuidade em casa,porque senão é melhor colocar vistas grossas nisso para que a professora não perca a autoridade diante da criançada e que ela seja coroada com uma peruca de palhaça!Se ensinamos em casa ou na escola que não se deve fazer xixi no chão isso tem que ser lei nos dois lugares!Se na prática escolar ensinamos a compartilhar e a não bater no amigo e que é preciso jogar lixo no lixo,por favor em casa não pode ser diferente!E muita atenção e cuidado com o que eles jogam e assistem na tv,porque os pais não tem noção dos que eles reproduzem por conta disso,abertamente falando posso citar até a erotização infantil.O futuro da nação não está nas mãos das crianças mas sim na dos pais delas.
Pronto desabafei!Amo crianças! Precisa ser resgatada URGENTE a velha infância,onde o NÃO existia sim e ninguém morreu por causa disso.Na esperança da dignidade dos futuros jovens e adultos.

Paula

quinta-feira, 12 de abril de 2012


A leveza das tuas atitudes pode pesar na consciência dos outros.
Isaac Marinho

"Tenho pensamentos que, pudesse eu trazê-los à luz e dar-lhes vida, emprestariam nova leveza às estrelas, nova beleza ao mundo, e maior amor ao coração dos homens"
Fernando Pessoa

A Anencefalia dos Fanáticos (texto escrito em 2004)


Há cerca de duas semanas, um fato estarrecedor aconteceu em nossa cidade, merecendo apenas poucas páginas em nossos jornais. Creio que esse fato deveria gerar uma reação bem maior do que apenas umas poucas linhas jornalísticas. Era um fato para reunir em protestos grupos de direitos humanos, ativistas políticos, estudantes de medicina, etc…

Refiro-me à morte de um bebê aos 7 minutos de vida, por anencefalia (má formação que gera cérebro rudimentar e sem calota craniana) , fruto da desgraça imposta a duas vidas inocentes: a criança, chamada ironicamente de Maria Vida, e a mãe, uma menor conhecida apenas por suas iniciais G.O.C.
G.O.C., depois de descobrir a deficiência de seu bebê, o que resultaria em sua morte logo após o nascimento optou por abortar, tendo em vista que a anencefalia torna impossível a chance de vida em circunstâncias normais. Ao tornar pública sua decisão, G.O.C. foi levada à justiça para que recuasse da decisão tomada. Por pressão de órgãos de defesa da vida e da Igreja, G.O.C. foi levada a abdicar de sua decisão, mesmo sabendo o que acarretaria sua escolha.
O fanatismo religioso mais uma vez se fez presente. Aliás se analisarmos a história da humanidade, grandes catástrofes foram causadas por aqueles que se julgam representantes de Deus na Terra. Para os fanáticos não existem possibilidades, existem certezas. Como diria Oswaldo Montenegro em um de seus shows gravados ao vivo: “Nunca vi um imbecil hesitar!” Os loucos e fanáticos têm sempre certeza. Sartre já dizia que “a dúvida é o preço da pureza”.
Infelizmente somos obrigados a assistir barbáries como essa que vimos em nossa cidade simplesmente pelo bel prazer de fanáticos que, em nome de Deus, se sobrepõem à dignidade humana e ao verdadeiro direito à vida. Sim, o verdadeiro direito à vida quem deveria ter era a mãe que, sabendo da impossibilidade de vida de sua filha, havia decidido interromper a gravidez para não haver mais sofrimentos, nem dela e nem da criança. Não teve direitos… foi obrigada por pessoas que nem sequer a conheciam a levar até o fim o velório silente de sua filha em seu ventre… criança destinada à morte, mãe predestinada ao sofrimento… homens tolos que se sentem donos da vida… e da morte.
Até quando seremos reféns dos homens-deuses que se julgam no direito de mandarem nas vidas alheias? Até quando o fanatismo religioso continuará a comandar atrocidades em nome daquele que certamente condenaria tudo isso? Até quando nos veremos presos à vontade imperiosa de organizações que deveriam se importar com outras coisas? O fanatismo religioso é, sem dúvida alguma, uma das maiores pragas da humanidade.
A falta de equilíbrio no relacionamento com o divino leva homens e mulheres à loucura, e o pior, julgando-se donos da razão. Em nome de Deus muçulmanos radicais explodem torres, trens e vidas. Em nome de Deus católicos e protestantes se matam na Irlanda. Em nome de Deus o clero já levou milhares às fogueiras “santas” da inquisição católica. Em nome de Deus o protestante Bush arrasou o Iraque. Em nome de Deus protestantes mataram católicos que não aceitaram sua reforma no século XVI. Em nome de Deus… Em nome de Deus…
Diante de tudo… só nos resta implorar sem fanatismo:

Cordeiro de Deus, que tirais o pecado do mundo… tende piedade de nós!
Cordeiro de Deus, que tirais o pecado do mundo… dá-nos a paz!

Amém!

José Barbosa Junior – cansado do fanatismo religioso

Texto escrito em 2004

segunda-feira, 9 de abril de 2012

Seja a Melhor Versão de Si Mesmo

O que define você não é a roupa que você veste, nem o carro que você dirige. Não é a cor da sua pele, ou o lugar geográfico onde nasceu. Você não é definido pela carga genética herdada pelos seus pais. Pesquisas mostram que suas escolhas são mais importantes do que as suas inclinações genéticas. O ser transcende a solidão e nada nos deixa tão solitários quanto nossos segredos. O ser transcende o título, pois o que define você não é o título que carrega. Não é o seu nome que dá significado a você, mas é você quem dá significado ao seu nome. O que define você não é sua herança ou tradição religiosa. Como dizia J.C.Ryle: “Nada endurece tanto o coração do homem quanto uma familiaridade estéril com as coisas sagradas”. É preciso saber quem você é, para onde vai, qual a sua bagagem e com quem irá. É preciso olhar para dentro. Um olhar interior, pois nós usamos máscaras de acordo com o momento. As máscaras só servem para convencer aos outros de algo que não somos. Existem muitos tipos de máscaras. Máscaras de poder, de superioridade, de vítimas. Os que se fazem superiores, na verdade se sentem inferiores, pois a arrogância é o outro lado da vara da insegurança. Há quem tente provar que é importante porque se sente carente de valor próprio. As vítimas nunca sorriem, sofrem por tudo e por todos. São pessoas que você nunca será capaz de superá-los em termos de fatalidades. Elas sempre têm uma história pior para contar e vivem fazendo publicidade da sua dor. Há quem se esconda atrás de bens, diplomas, educação ou hobbies. Mas, o ser transcende a aparência. Lembre-se: a meia noite toca os sinos e a carruagem se transforma em abóbora. Talvez haja muito ar viciado ao seu redor. Como você se descreve? Através das lentes de quem você está se vendo? Seu maior desafio na vida é se tornar a melhor versão de você mesmo.
Texto retirado de meu livro: PROMESSAS NOSSAS DE CADA DIA